domingo, 27 de julho de 2008

Citar o autor é preciso

Na Internet é fácil encontrar citações erradas, quem nunca recebeu por e-mail um texto falso do Luís Fernando Veríssimo, Drummond ou até do Jabor?

Frases atribuídas erroneamente povoam nossas vidas e não é fenômeno recente no mundo cibernético. Pessoas influentes dizem as frases, sem citar a fonte, a mídia publica com sendo dela e ai está feita a confusão, a frase do outro passa ser atribuída ao entrevistado e já não se sabe quem disse.

A falta de cultura dos jornalista ajudam muito nisso. Li, certa vez, uma queixa do escritor João Ubaldo Ribeiro, ele estava indignado com uma matéria que elogiava muito seu livro, principalmente a parte que ele reproduzia trechos da "Divina comédia" de Dante, o jornalista achou que o texto e a criatividade era do João Ubaldo. Ele ficou ultrajado pelo desconhecimento literário do critico.

Na coluna do Carlos Heitor Cony da Folha de hoje trata sobre o tema, autores e frases, "uma frase atribuída a Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do regime nazista, foi repetida por Celso Amorim numa reunião internacional e provocou constrangimentos: "Mentir, mentir, que sempre fica alguma coisa"." Cony explica, "é possível que Goebbels a tenha dito. Contudo, a frase não é original. Foi pronunciada bem antes do advento do nazismo por Voltaire, um dos totens do Iluminismo, e tinha como alvo a Igreja Católica, que ele chamava de infame: "Écrasez l'ìnfâme". Voltaire recomendava: "Caluniai, caluniai que ficará alguma coisa".
É possível, também, que a frase não seja de Voltaire, mas atribuída a ele por historiadores católicos. Periodicamente, surgem coisas assim, e o leitor acima citado lembra o caso de De Gaulle, que nunca disse que o Brasil não era um país sério. Mas a frase ficou sendo dele."

Na mesma matéria ele comenta a expressão "Navegar é preciso" atribuída a Fernando Pessoa." O pessoal mais recente prefere citar Caetano Veloso ou Ulysses Guimarães como autores do conceito que, por sinal, é lema da Liga Hanseática. Li a frase gravada numa ponte de pedra que dá acesso a Lübeck, cidade em que nasceu Thomas Mann.
Qualquer almanaque informa que a frase foi pronunciada por Pompeu. Dividindo o poder com César, que andava pelas Gálias, Pompeu enfrentou uma crise no abastecimento em Roma. Pompeu comandou uma esquadra para buscar alimentos no norte da África. Com os navios abarrotados, os tripulantes se amotinaram, temendo enfrentar o mau tempo no Mediterrâneo. Pompeu os incentivou: navegar é preciso."

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